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Câncer de Próstata  |   Dr. Alexandre Coury

Fatores Epidemiológicos


No Brasil, de acordo com a estatística do INCA de 2010, a incidência medida por casos novos em 100.000 habitantes varia de 16 a 30 casos na região norte e de 55 a 80 casos nas regiões sul e sudeste.


Na Europa o câncer de próstata é a neoplasia sólida mais comum com incidência de 214 casos por 100.000 homens.
Nos EUA mais de 70% dos pacientes com doença localizada são diagnosticados com idade acima de 65 anos. A incidência estimada para o ano de 2013 é de 238.590 casos, constituindo-se no tipo de câncer mais comum entre os homens e a segunda causa de morte por neoplasia nesse grupo.


Fatores de Risco


Idade: A incidência é muito baixa antes dos 40 anos, subindo progressivamente a partir dos 50 anos.
Etnicidade: As estatísticas americanas sugerem maior prevalência na raça negra. Não sabemos se esta realidade também ocorre no Brasil, já que sofremos de problemas graves de sub-notificação em nosso país.


Hereditariedade:
1- Um indivíduo sem história familiar possui 8%de risco de desenvolver a doença no decorrer de sua vida. Se dois membros da família (pai e irmão) tiverem a doença, o risco sobe para 15%. Se os membros afetados tiverem a doença com menos de 60 anos o risco pode ser tão alto quanto 30%.


2- O câncer da próstata ocorre de forma esporádica sem predisposição genética na maioria dos casos. Aproximadamente 10%parecem estar associados à predisposição hereditária. Câncer de próstata hereditário se define pelo diagnóstico de pelo menos três casos em parentes de primeiro grau.


3- Pacientes identificados como portadores de mutação do gene BRCA2 têm maior chance de desenvolver câncer da próstata em comparação com a população em geral. Por outro lado, a prevalência de mutação do gene BRCA2 é rara em pacientes com câncer hereditário da próstata (maior ou igual a 3 membros da família com câncer de próstata).

Rastreamento e Detecção Precoce


Este é um tópico ainda polêmico. As evidências sobre o real impacto do toque retal e dosagem do PSA na redução da mortalidade por câncer de próstata são conflitantes e esbarram com uma série de diferenças metodológicas nos estudos já publicados e outros em andamento.


Diante de opiniões divergentes, a nossa posição neste momento é que homens a partir de 45 anos com história familiar de câncer de próstata devam fazer anualmente toque retal e dosagem de PSA. Para aqueles que não possuem história familiar recomenda-se iniciar o rastreamento a partir de 50 anos de idade.

Prevenção


Até hoje houve estudos prospectivos erandomizados que testaram duas estratégias medicamentosas (Finasterida e Dudasterida) e uma estratégia de intervenção suplementar vitamínica (Selênio e Vitamina E). Nenhuma das iniciativas se mostrou benéfica com a intenção de prevenção do câncer da próstata.

Tratamento


Não é intenção deste espaço esmiuçar estratégias de tratamento, deixando essa discussão por conta do paciente e seus médicos assistentes, porém, faz-se importante salientar que os recursos terapêuticos serão discutidos caso a caso, considerando o estágio de cada situação apresentada, onde opções como cirurgia, radioterapia e hormonioterapia estarão disponíveis.


Existem ainda cenários particulares como refratariedade hormonal que não aprofundaremos neste espaço, deixando igualmente a discussão entre o paciente e o seu médico assistente, onde provavelmente a quimioterapia e outros agentes, como inibidores androgênicos de nova geração, e muito eventualmente, pois não dispomos em nosso meio, a vacina e radionucleotídeos emissores de partícula alfa poderiam ser empregados.

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