Recebendo o Diagnóstico

 

Após a cirurgia para retirar um caroço do pescoço, que não era nada além de um pequeno caroço, o médico percebeu a presença de outro maior e bem escondido. Então foi retirado e levado para uma análise. Recebi a notícia de que era um "carcinoma epidermóide metastático", aquilo soou meio grego, pois não tinha ideia do que era, mas pelo nome sabia não ser boa coisa e indaguei o médico sobre aquele diagnóstico. Ele diretamente, como tem que ser, me disse: você tem um câncer. Fiquei parado um momento e comecei a rir, pois era o dia do meu aniversário...rsrrs. Eu disse a ele que procuraria o meu oncologista, uma pessoa que tem a minha maior gratidão, não pelo que fez mas sim pela pessoa que é, o Dr. Alexandre Coury, pois eu iria beber todas naquela noite. E fiz isso. Dá para imaginar o clima: eu, meus pais, meus irmão e minhas tias... Ou seja, creio que o único mais ou menos tranquilo na mesa era eu. E cantamos parabéns e tudo... rsrs. Mas eu já havia colocado na minha cabeça: eu tenho apenas duas opções, ou eu trato e torço para dar certo ou eu morro. Claro que optei pela primeira, não que a segunda opção eu pudesse descartar, mas sempre acreditei que meu corpo reagiria. Já se passaram mais de sete anos e continua tudo bem.

 

Apoio Familiar

 

Uma coisa que eu não compreendia e hoje eu falo isso para todos, o câncer não adoece apenas você, mas adoece muito mais a seus parentes e amigos. Você tem de compartilhar seus pensamentos, suas angustias, ser honesto em relação a doença. Não fantasiar... Tem que encarar de frente, sem medo (isso é muito difícil), mas principalmente ACREDITAR!!! Antes de começar a quimioterapia e a radioterapia, fizemos um churrasco para raspar minha cabeça, pois eu achava melhor raspar antes de começar a cair. E o pior não foi isso. O Dr. Alexandre depois me falou que o medicamento que eu usaria não fazia cair cabelo kkkkkk. Não se isolem, o apoio de todos é uma das maiores armas contra isso. E nunca esqueçam... ACREDITEM SEMPRE NO MELHOR.

 

A Oncomed

 

A Oncomed foi muito legal para mim. Me ofereceu suporte psicológico, eu particularmente não quis pois além de ter uma forma de pensar minha, isso foi mais do que fundamental, sempre tive o apoio de todos e ofereceu também uma estrutura que passava muita segurança durante o tratamento. Além de profissionais muito comprometidos com seus pacientes.

 

Superando o Desafio

 

A quimioterapia vai "tirando" suas forças, juntamente com a radioterapia. Você se sente cada vez mais fraco e debilitado. Mas faz parte da cura. Meus pais nunca desistiram de mim, isso eu sempre tive certeza e mamãe me dava água o tempo inteiro, fazia qualquer coisa que eu quisesse para eu tentar comer, essa parte foi a pior para mim. Pois eu perdi todo meu paladar por causa da radioterapia, tudo tinha o mesmo gosto ruim. Foi o pior da doença para mim. Eu achava que a falta de energia do meu corpo iria me matar, mas mamãe fazia caldo de carne, sustagem, os líquidos eram mais fáceis pois era só engolir, vitaminas... Fazia qualquer coisa. E agora passados mais de sete anos, tenho uma vida normal. O câncer dá muito medo, mas acreditar na vida é o melhor começo para a cura. Acreditem no que sempre acreditaram, eu sempre fui ateu, nem no pior momento da doença eu mudei de opinião, continuei acreditando na vida e no meu médico, mas sei que muitas pessoas rezaram por mim. SOU GRATO À TODOS. SEMPRE ACREDITEM NA POSSIBILIDADE DA CURA, MESMO QUE REMOTA, MAS ACREDITEM.